“Eu não voltaria a ser presidente do Brasil para ser menor do que já fui em dois mandatos”, afirmou Lula durante evento no Dia da Indústria na Fiesp

Riselda Morais

        No dia 25 da maio, industriais, empresários, especialistas e autoridades políticas se reuniram em um evento na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) na Avenida Paulista. O evento teve produção conjunta da Fiesp, Ciesp, BNDES e Cebri e foi dividido em 5 painéis que debateram a “A Reforma Tributária para o Crescimento Econômico”, “Desindustrialização e os Novos Desafios da Geopolítica e do Reshoring”, “Financiamento para o Desenvolvimento da Indústria”, “Fortalecimento das Pequenas e Médias Empresas (MPMES)” e foi encerrado por Ministros, pelo Vice-presidente e Ministro Geraldo Alckmin e pelo Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.

Participação no G7 e reuniões paralelas

        O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou o evento. Durante seu discurso falou com entusiasmo sobre sua viagem ao Japão, para participar do G7, declarou que conversou com 2 países no sábado e 10 países no domingo e que a perspectiva sobre o Brasil é muito maior do que teve no primeiro mandato. Segundo ele, as pessoas estão depositando muitas expectativas no Brasil. Lula não citou números, mas em suas viagens internacionais já trouxe mais de 97 bilhões para o Brasil, destes, muitos milhões para o Fundo Amazônia.

Sobre os Ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas

     Sobre as alterações na composição dos Ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, Lula declarou que ao receber a notícia através de sua assessoria as pessoas agiam como se o mundo tivesse acabando, mas ao ler as matérias, viu que o que estava acontecendo “era completamente normal”, declarou: “Até então a gente tava mandando a visão de governo que nós queríamos; a Comissão do Congresso Nacional resolveu mexer, na coisa que é quase que impossível na estrutura de governo, porque é o governo quem faz. E agora começou o jogo, vamos começar a jogar, conversar com o Congresso e vamos fazer a governança daquilo que nós precisamos fazer”, enfatizou Lula e alertou ao povo brasileiro: “O que a gente não pode é se assustar com a política, toda vez, que a sociedade se assusta com a política e ela começa a culpar a classe política, o resultado é absolutamente pior.” Lula lembrou que isso já aconteceu antes e enfatizou: “Por pior que seja a política, é nela e com ela, que tem a solução”.

Política externa com a Argentina

    Quanto as críticas que vem recebendo pela política externa com a Argentina, Lula foi firme ao dizer que mais do que querer ajudar a Argentina, quer ajudar aos empresários brasileiros que exportam para a Argentina.

Carros Populares

   Ao falar sobre o atual preço dos carros populares, que estão muito acima do preço para ser popular, Lula enfatizou: “Nós precisamos fazer uma política industrial ativa e altiva. Falou sobre o pacote de medidas para a redução do IPI e Pis/Cofins e que o desconto vai levar em consideração preço, eficiência energética e quantidade de peças nacionais usadas na produção. “Quando eu deixei a presidência em 2010, a Indústria Automobilística Brasileira tinha previsão de produzir 6 milhões de carros em 2015. Nós estamos em 2023 e a indústria brasileira, não está mais produzindo 2 milhões de carros. E nós sabemos que 60% dos carros foram vendidos a vista porque não tem política para financiar. E a classe média não está comprando mais carro, porque o carro popular de 90 mil reais não é mais popular”, lembrou Lula.

Agronegócio e exportações

O presidente falou sobre exportações e declarou mais incentivos para o Agronegócio ser mais competitivo. “A gente quer que o agronegócio continue crescendo. O Brasil precisa ser cada vez mais exportador de grãos, de carnes. Eles precisam comprar mais máquina. Vocês não imaginam o quanto de tecnologia tem em um grão de soja, quanto de investimento genético tem em um frango. Em um boi que antigamente se levava 48 meses para matar e hoje se mata com 15 meses. É preciso que a gente tenha clareza que o Brasil precisa de tudo”.

Compromisso com o povo brasileiro

    Depois de reafirmar seu compromisso com o povo brasileiro: “Eu não voltaria a ser presidente do Brasil para ser menor do que já fui em dois mandatos. Não tenha ilusão! Eu voltei para Presidente da República, porque eu acredito que é possível a gente recuperar esse país. Esse país tem que voltar a crescer corretamente, o povo tem que voltar a comer três vezes por dia. O povo tem que voltar a estudar. Nós precisamos fazer mais universidades, mais escolas técnicas, melhorar o ensino fundamental e tudo isso, eu não vejo como um gasto, eu vejo como um investimento necessário para que a gente possa ter competitividade a nível internacional.”. Lula finalizou o evento com uma forte crítica sobre os juros altos: “É uma excrescência, nos dias de hoje, a taxa de juros ser 3,75%. É uma excrescência!”.

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