Síndrome do alcoolismo fetal

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Ingestão de bebidas alcoólicas durante a gestação pode atrapalhar desenvolvimento do feto e causar danos permanentes ao organismo da criança, que pode sofrer com problemas que incluem desde alterações faciais e atraso na aprendizagem até convulsões e doenças cardiovasculares.

    Síndrome do alcoolismo fetal, sabe o que é?

  A grande maioria das pessoas já sabe que uma das principais e mais importantes recomendações que as mulheres devem seguir durante a gestação é evitar a ingestão de bebidas alcoólicas. Porém, poucos sabem o motivo dessa recomendação.

  “Interromper o consumo de álcool durante a gestação é indispensável para evitar que o feto desenvolva um conjunto de sintomas e sinais conhecidos como síndrome do alcoolismo fetal, uma das principais causas de deficiência intelectual em crianças em todo o mundo”, explica a ginecologista Dra. Ana Carolina Lúcio Pereira.

  “Isso ocorre porque o álcool consumido pela mãe ultrapassa a placenta e atinge o feto, que metaboliza a substância lentamente. Dessa forma, o fornecimento de oxigênio e nutrientes aos tecidos e órgãos em desenvolvimento é afetado, causando danos ao cérebro, coração, ossos e sistema nervoso central do bebê, acrescenta.”

   Como resultado, o bebê pode nascer com uma série de dificuldades físicas, cognitivas e comportamentais, cuja severidade pode variar de caso a caso.

    Entre os sintomas mais comuns estão déficit de crescimento e alterações em características faciais, incluindo fissuras palpebrais pequenas, encurtamento do nariz e afinamento do lábio superior.

   “No entanto, a criança afetada pela síndrome do alcoolismo fetal também pode sofrer com baixo ganho de peso, microcefalia, alterações na visão e audição, dificuldades de socialização, distúrbios comportamentais, atraso de aprendizagem e até mesmo convulsões, problemas nos rins e doenças cardiovasculares”, alerta a ginecologista.

 

Outros riscos para a criança afetada pela síndrome do alcoolismo fetal

  Segundo a especialista, como ainda não está estabelecida uma quantidade de álcool responsável pela síndrome do alcoolismo fetal, a melhor maneira de prevenir a condição é não consumir qualquer bebida alcoólica durante toda a gravidez, pois o desenvolvimento do problema não depende apenas da quantidade ingerida, mas também do período da gestação em que se consumiu a substância.

    “Além disso, outros fatores de risco também estão relacionados ao surgimento da condição em fetos, incluindo início precoce do consumo de álcool, gravidez após os 25 anos, histórico de parto prematuro, gestações anteriores e ingestão frequente de bebidas alcoólicas ao longo da vida”, destaca a médica.

A má notícia é que o diagnóstico precoce da síndrome do alcoolismo fetal pode ser difícil, pois não há exame que identifique a condição e existem uma série de distúrbios que possuem características semelhantes.

    “Geralmente, o diagnostico se dá por meio de uma avaliação realizada a partir do histórico de consumo de álcool da mãe e das alterações físicas e comportamentais da criança”, explica a Dra. Ana.

Além disso, os sintomas que acompanham a criança ao nascer permanecem por toda a vida, já que a condição não possui tratamento.

    “Porém, é possível controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida da criança através da adoção de tratamentos como terapia comportamental, treinamento dos pais, fonoaudiologia, fisioterapia e medicamentos específicos para os problemas de saúde, como doenças cardiovasculares e convulsões”, completa a médica.

   Por fim, a Dra. Ana Carolina Lúcio Pereira ressalta que o acompanhamento médico antes e após o nascimento do bebê é indispensável para detectar precocemente a síndrome do alcoolismo fetal.

   “O diagnóstico tardio leva à demora para o início das terapias que melhoram a qualidade de vida da criança, assim gerando maior dificuldade em seu desenvolvimento, atrapalhando sua convivência em sociedade e colocando sua saúde em risco”, finaliza a especialista.

FONTE: DRA. ANA CAROLINA LÚCIO PEREIRA

Ginecologista, membro da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), especialista em Ginecologia Obstetrícia pela Associação Médica Brasileira e graduada em Medicina pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro em 2005. Especialista em Medicina do Tráfego pela Abramet, a médica realiza consultas ginecológicas, obstétricas e cirurgias, atuando na prevenção e tratamento de doenças gineco-obstétricas com foco em gestação de alto risco.

 

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