Fisioterapia respiratória auxilia recuperação de pacientes da Covid-19

Fisioterapia respiratoria

Especialista em reabilitação cardiopulmonar alerta para a 3ª onda do vírus e para as sequelas

    Após o processo de recuperação da Covid-19, o paciente que se contaminou com o vírus tem que lidar com mais um desafio: as sequelas que o coronavírus traz.

    Segundo a Domicile, empresa de home care, o número de pacientes com algum tipo de sequela, em home care, aumentou 20% no primeiro semestre do ano. Parte dos pacientes relatam problemas pulmonares e, entre as soluções para esse sintoma, está a fisioterapia respiratória.

    Isso acontece porque a doença causa uma inflamação persistente, que compromete o funcionamento do pulmão e, para João Paulo Silveira, especialista em fisioterapia respiratória e CEO da Domicile, o órgão pode levar até pouco mais de um ano para se recuperar.

“Um paciente com Covid perde muito rapidamente a capacidade de respirar e, com isso, muitos precisam ser submetidos à ventilação mecânica. Mesmo após a recuperação, os pulmões ficam com cicatrizes, chamadas de fibroses, ocasionando sintomas como fraqueza, dispneia (falta de ar), cansaço, perda muscular e outras sequelas da doença”, explica.

   Segundo o especialista, a fisioterapia ou reabilitação respiratória é um dos principais métodos de recuperação e consiste em técnicas direcionadas para diminuir a dispneia (falta de ar) e melhorar a respiração. Esse tratamento trabalha principalmente o pulmão, a caixa torácica e os músculos respiratórios.

   Entre os exercícios indicados pelo especialista, estão treinos aeróbicos, como por exemplo caminhada; de força, com a utilização de peso, mas de forma moderada; e com equipamentos, sendo ajustado de acordo com a força muscular do paciente ou ainda, alternativos como por exemplo, a acupuntura. Em todos os casos, com o acompanhamento de um profissional.

“Uma outra opção para os pacientes que estão com dificuldade em respirar são os exercícios mais simples, com técnicas de relaxamento e meditação, combinados com técnicas de respiração com o diafragma”, avalia o especialista.

   Um estudo que acompanhou mais de 1.700 pessoas por seis meses após a infecção por covid-19 em Wuhan, na China, mostrou que a maioria (76%) relatou pelo menos um sintoma nesse período posterior à fase aguda. Os mais relatados foram cansaço e fraqueza muscular (63%); dificuldades para dormir (26%); e ansiedade e depressão (23%).

    O especialista ainda afirma que além das sequelas respiratórias, há risco de sequelas no cérebro, nos rins e no coração, para uma parcela de acometidos, em especial os casos mais graves que exigem internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

  Outra consequência encontrada em pacientes graves de Covid-19 são, dificuldade de raciocínio e memória, sintomas de ansiedade, depressão, estresse pós-traumático, etc.

“Embora o calendário sobre a vacinação no Estado de São Paulo pareça estar evoluindo, é possível que o país ainda sofra uma 3ª onda da pandemia. A indicação é que cada grupo se atente às datas e continue utilizando realizando as medidas de proteção como uso de máscara de proteção em locais públicos; higienize regularmente as mãos com álcool gel 70% ou água e sabonete; mantenha, pelo menos, 2 metros de distância entre você e qualquer pessoa que esteja tossindo ou espirrando; evite tocar nos olhos, nariz e boca; cubra a boca e o nariz quando tossir ou espirrar; fique em casa se não se sentir bem; se tiver febre, tosse e dificuldade em respirar, procure atendimento médico”, finaliza.

By Riselda Morais

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