RUA FLORADA, SEM SAÍDA NO TATUAPÉ

Rua Florada Sem Saída é um espetáculo sobre passagens. Passagem do aconchego da infância para as demandas da vida adulta, da experiência do indivíduo para o aprendizado coletivo. Uma jornada que encontra pouso no imaginário ou na memória de quem brincou no quintal, apaixonou-se pelo vizinho(a) ou quis engajar-se em qualquer aventura pelo prazer de decifrar o mundo e torna-lo seu. Suas personagens percorrem um caminho de contradições entre seus desejos e a realidade, por vezes bastante dura, das circunstâncias que as cercam. E crescem, florescem, morrem e renascem e crescem e florescem e renascem...
O espetáculo narra a trajetória e o crescimento de quatro crianças - Toninho, Lila, Mônica e Lua - em uma perspectiva em que crescer não é só um percurso natural, biológico, mas uma determinação da sociedade de consumo. Absorvidos, aos poucos, por este mundo, o que resta deles?
O que é ideal? O que é concreto? Estas dúvidas se apresentam quando os quatro decidem plantar uma árvore a qual chamarão de Florinda e que será o quinto integrante da história até a adolescência dos protagonistas.
Compartilhando suas experiências, as personagens constatam, de modo bastante poético, a desigualdade das relações humanas. Em suas contradições, a vida se revela a partir da realidade e do imaginário, na luta pela compreensão e pela construção do mundo.
Alguns grupos de teatro da cidade de São Paulo sempre tiveram suas trajetórias artísticas atravessadas pelos conjuntos urbanos onde desenvolvem seus trabalhos. Cada qual ao seu modo, esses coletivos vem permitindo que os espaços suburbanos onde residem, assim como suas narrativas, vidas e relações, síntese da contemporaneidade, impregnem suas criações.
A partir da necessidade de conjugar os pensamentos e as ações estéticas e políticas desses grupos, surgiram na cidade de São Paulo alguns agrupamentos de coletivos que, ao se encontrarem, puderam direcionar interesses comuns para a construção de novos trabalhos artísticos.
Esse projeto é, portanto, criado a partir de um desses “ajuntamentos”, com integrantes da Cia. Estável de Teatro, Cia. Estudo de Cena, Cia. Antropofágica, Dolores Boca Aberta e Engenho Teatral.
Direcionado para o público juvenil, Rua florada, sem saída traz em seu histórico a pretensão de escancarar o espaço periférico, fazendo uso de uma teatralidade épica e de lirismo singular.
O projeto que deu origem a peça começou em 2008, depois de um ano de pesquisa no espaço de fronteiras entre o bairro de Heliópolis - Ipiranga (onde está a maior favela de São Paulo) e a Cidade de São Caetano do Sul (cidade mais bem colocada do Brasil de acordo com o índice do IDH-M). Em parceria com o CEU Meninos, a Associação Eremim e parques das duas cidades, o grupo pode realizar algumas intervenções junto às crianças que frequentavam esses locais. A partir de uma experiência denominada: Vivências de brincadeira*, os atores, em espaços abertos, jogavam, brincavam e conversavam com quem passava e se interessava pela pesquisa. Assim, após alguns meses de investigação, foi desenvolvido o material artístico para a construção da peça.
O espetáculo Rua Florada, sem saída ficou em cartaz em 2009 e 2010 na cidade de São Paulo e outras cidades do Estado (São Caetano, Pindamonhangaba, Santo André, etc.), participando do I Festival Infantil de Teatro de Vinhedo, circulando nos CEUs e SESC Itaquera e Santo Amaro. Atualmente, a convite da Cia. do Latão, dentro do projeto de ocupação do Teatro de Arena 2012, o projeto intitulado Casa da Tia Siré foi retomado. Com uma nova formação, o coletivo é composto por alguns integrantes de diversos grupos da cidade de São Paulo: Cia. Estável, Cia. Estudo de Cena, Cia. Antropofágica e Engenho Teatral.* vivências de brincadeira - improvisações baseadas em brincadeiras populares.
RUA FLORADA, SEM SAÍDA - Com a Cia. Casa da Tia Siré. Dramaturgia - Andressa Ferrarezi e Luciano Carvalho. Direção - Daniela Giampietro. Elenco -Andressa Ferrarezi (LILA), Juliana Liegel (LUA), Ruth Melchior (MÔNICA) e Glauber Pereira (TONINHO). Participação especial -Francisco Noventa (TIAGO). Músicas - Renato Gama. Direção Musical - Juh Vieira e Irací Tomiatto. Cenário - Nágila Sanches. Figurino - criação coletiva. Iluminação - Luís Calvo. Músicos - Juh Vieira e Danilo Santos Fotos – Bob Sousa. Local: ENGENHO TEATRAL Rua Mont Serrat, 238 – Clube Escola Tatuapé.De 6/4 à 30/6 – sábados e domingos às 15h. Dur.: - 60 minutos. Classificação - 10 anos. Espetáculo Infanto Juvenil. GRATUITO