Setembro amarelo alerta sobre a prevenção de morte por suicídio

Setembro Amarelo - apoio/divulgação

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) o suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens com idade de 15 a 29 anos

Riselda Morais

      O amarelo simboliza a luz, a alegria e a vida e 10 de setembro é o Dia Internacional de Prevenção ao Suicídio.
     O setembro amarelo é o mês em que é realizada uma campanha nacional organizada pelo Ministério da Saúde, desde 2015, para conscientizar a população sobre esse problema que leva, por ano, cerca de 11 mil brasileiros a tirar a própria vida.

      Segundo dados da Organização Mundial da Saúde a cada 40 segundos uma pessoa tira a própria vida, são mais de 800 mil pessoas que cometem suicídio por ano, no mundo, é a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos.

     A taxa de mortalidade por suicídio no Brasil vem aumentando nos últimos anos, segundo dados do Sistema de Informação por mortalidade, entre jovens na faixa etária entre 15 e 29 anos, é a terceira maior causa de morte entre os homens, ficando atrás apenas de agressões com 110,6 por 100 mil habitantes e acidentes de transporte com 41,3 pessoas a cada 100 mil.

     Entre as mulheres com idades entre 15 e 29 anos, as lesões autoprovocadas voluntariamente são a 8ª maior causa com 2,4 a cada 100 mil, sendo que agressões, parto e puerpério aparecem com 8,0; acidentes de transportes com 7,4 e agressões 7,0.

     Segundo dados do Ministério da Saúde, no período entre 2011 e 2016 foram notificadas 176.226 lesões autoprovocadas no Brasil, destes 48.204, o equivalente a 27,4% foram tentativas de tirar a própria vida.

     Apesar da maioria das tentativas de tirar a própria vida, 31,3 terem sido cometidas por mulheres, os dados apontam que os homens morrem mais por suicídio, foram 62.804 homens no período, sendo a maioria, 8,9 a cada 100 mil, homens com mais de 70 anos, destes 60,4% eram solteiros, viúvos ou divorciados.
     

      Ainda segundo dados do Ministério da Saúde, o aumento no número de suicídios entre 2010 e 2015, aconteceram em todo o país, sendo 23% concentrados na Região Sul e 14% da população e 38% na Região Sudeste, 42% da população.
A Cartilha “Falando Abertamente sobre Suicídio” do CVV – Centro de Valorização da Vida esclarece que, o desejo de dar fim a própria vida, é um gesto auto destrutivo que pode ser motivado por um conjunto de situações como perdas, sensação de fracasso ou humilhação, depressão na forma simples ou bipolar, ansiedade, medo, dependência química – álcool e drogas, esquizofrenia, entre outras.

      Segundo a OMS – Organização Mundial da Saúde 90% dos casos de suicídio podem ser prevenidos. É importante que ao sentir-se deprimido(a), sem vontade de viver, a pessoa procure ajuda profissional, fale sobre o assunto com a família.

     Ao perceber que um familiar ou amigo está perdendo o prazer pela vida, se isolando dos demais, angustiado, mostra-se sempre indisposto, prostrado ou excessivamente triste, se disponha a ajudar, apoiar, ouvir e jamais criticar ou julgar.

     O apoio familiar é muito importante para quem se encontra deprimido. Ao perceber estes sinais, incentive a pessoa a falar sobre o que está sentindo e a buscar ajuda de um profissional.

    Falar sobre suicídio é um tema delicado, porém necessário, uma vez que a depressão pode ser uma das causas, que por si só, é uma doença silenciosa, no entanto, nem sempre a depressão leva a morte, porque pode ser tratada.

     A psicóloga Marisa de Mello esclarece que “a depressão é uma doença clinicamente comprovada, não um caso de falta de religião ou “do que fazer”, como pensam alguns. A síndrome está listada na Classificação Internacional de Doenças (CID) da OMS e é uma enfermidade que gera efeitos físicos no indivíduo. O cérebro humano é formado por células, os neurônios, que se comunicam por meio de substâncias chamadas neurotransmissores. As vítimas da depressão têm alterações em alguns neurotransmissores envolvidos, por exemplo, na sensação de bem-estar. Esse mal em muitos casos começa devido a fatores externos, como a perda do emprego ou de um ente querido, e com o tempo se torna físico, ficando mais grave conforme a passagem do tempo e necessitando de tratamento profissional”.

É importante não ter preconceito, quebrar o tabu e procurar ajuda.

     O Centro de Valorização da Vida (CVV), realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atende voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone pelo número 188 e chat 24 horas todos os dias no site https://www.cvv.org.br/.

    O Sistema Único de Saúde dedica atenção especial à área da saúde mental em todo o Brasil, atuando em vários níveis através de Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Além de tratamentos psicológicos oferecidos pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS), oferece também, tratamento nos Centros de Atenção Psicossocial, mais conhecidos como CAPS.

   O CAPS é um serviço de saúde referência no tratamento para pessoas que sofrem com depressão, transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e demais quadros que necessite de ajuda profissional psicológica.

     Ao procurar ajuda, a pessoa terá acesso a uma equipe multiprofissional composta por médicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e terapeutas ocupacionais que avaliam o quadro do paciente e indicam o tratamento adequado para cada caso. A internação só é indicada quando esgotadas todas as possibilidades terapêuticas disponíveis no CAPS, que também atua nos momentos de crise, nos estados agudos da dependência e de intenso sofrimento psíquico.
       O CAPS possui três modalidades de atendimento: Infanto-juvenil, Adulto e Álcool e Drogas (AD), o último dedicado a transtornos causados pelo uso de substâncias psicoativas.
       Os Centros também são divididos nos níveis I, II e III, o último se caracterizando por um acolhimento integral do paciente, com permanência por até 15 dias, para casos mais graves.
      Existem também as Unidades de Acolhimento (UA), que são moradias provisórias destinadas aos usuários que estejam em tratamento nos CAPS AD e não têm família, residência, ou se encontram em situação de risco e vulnerabilidade nos locais em que habitam.

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