Medicamentos sem eficácia comprovada contra a COVID-19 têm aumento de 295% nas compras no 2º trimestre

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Levantamento mostra que, com mais vendas, os medicamentos Hidroxicloroquina, Ivermectina e Nitazoxanida tiveram crescimento de 190% no faturamento

   Com os rumores a respeito da eficácia da Hidroxicloroquina, Ivermectina e Nitazoxanida para o tratamento da covid-19, a procura pelos medicamentos disparou durante a quarentena.     Segundo o Farmácias APP, aplicativo de vendas online de itens de beleza e saúde, houve aumento de 295% nas vendas somadas dos três produtos no 2º trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado.

  A procura também elevou exponencialmente o faturamento obtido a partir desses produtos: a alta registrada foi de 190% em relação ao mesmo trimestre de 2019.

  O levantamento abrange todo o mercado farmacêutico brasileiro, tanto físico quanto e-commerce.

Analisando o crescimento dos três medicamentos separadamente, a Hidroxicloroquina teve o maior destaque.

   O medicamento, indicado para tratamento de malária, registrou alta exponencial de 2.768.749% no faturamento, a partir de um aumento de 2.815.600% nas vendas.

   Em segundo lugar, recomendada para o tratamento de piolhos e sarnas, está a Ivermectina.

   No período, o medicamento atingiu alta de 623% no faturamento, resultado de um aumento de 577% nas vendas.

Dentre os possíveis tratamentos para a Covid-19, a Nitazoxanida teve incremento de 20% nas vendas durante o período de quarentena e, analisando o faturamento, a alta foi de 17%.

Entretanto o medicamento é receitado para tratamentos contra vermes.

   Para Renata Morais, coordenadora de marketing do Farmácias APP, os dados refletem a busca dos consumidores por uma alternativa eficaz de cura para a doença.

“Em todo o mundo, pessoas estão preocupadas com os desdobramentos da COVID-19 e buscam por uma solução capaz de erradicar a doença.

Segundo Renata, “O resultado é que, mesmo com divulgações preliminares e ausência de comprovação científica, muitos consumidores quiseram ‘apostar’ nesses medicamentos, puxando as vendas para cima e motivando decisões como a venda somente com receita”.

Sobretudo ela alerta que:

“É um comportamento bastante perigoso, sem dúvida, especialmente para quem de fato precisa desses remédios e tem de pagar mais caro por causa da especulação”, afirma.

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