Riselda Morais
De 1º de janeiro até esta primeira quinzena de julho, o estado de São Paulo registrou 384 casos de sarampo, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde.
A capital paulista registrou 272 casos, o correspondente a 70% e são autóctones, isto significa que foram contraídos na cidade mesmo.
O número de casos teve um aumento significativo nesta primeira quinzena de julho, segundo balanço divulgado no dia 1º, haviam sido registrados 206 casos em todo o Estado e passou para 384 até a segunda-feira (15).
A capital paulista lidera no número de casos da doença, seguida por Santos que é a segunda cidade com o maior número de registros da doença, com 22. Em seguida vem Guarulhos, com 17 casos, Santo André, no ABC Paulista, com 15, e Fernandópolis, no interior do Estado, com 11 casos.
A campanha de vacinação contra sarampo foi prorrogada, de 12 de julho para 16 de agosto na capital paulista, Grande SP – Guarulhos, Osasco e ABC – Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul.
Ainda segundo informações da Secretaria de Saúde, até quinta-feira (11) de julho, havia sido aplicadas na capital paulista apenas 89.523 doses de tríplice viral, única forma de prevenção da doença, enquanto a meta é vacinar 2,9 milhões de jovens.
No Brasil, o sarampo havia sido erradicado em 2016, mas devido a diminuição da cobertura da vacina, voltou em 2018, quando teve mais de 10 mil casos confirmados em todo o país, segundo registros do Ministério da Saúde.
Neste ano foram registrados 426 casos de sarampo em 7 estados brasileiros. Outros 810 casos estão sendo investigados.
Segundo dados do Ministério da Saúde, o estado de São Paulo lidera o ranking entre os estados com maior número de infecções, registrou 82% dos casos, tendo maior incidência em crianças; seguido pelos estados do Rio de Janeiro, Pará, Minas Gerais, Santa Catarina, Roraima e Amazonas.
Segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o sarampo mata mais de 100 mil pessoas, por ano, no mundo.
O sarampo é uma doença grave e altamente contagiosa causada por um vírus. Ele é transmitido da mesma forma que o vírus da gripe, de pessoa para pessoa, através do contato direto e pelo ar. O vírus pode ficar no ar ou em superfícies por horas.
O Ministério da Saúde alerta que o sarampo caracteriza-se principalmente por febre alta, acima de 38,5°C, exantema maculopapular generalizado, tosse, coriza, conjuntivite e manchas de Koplik (pequenos pontos brancos que aparecem na mucosa bucal, antecedendo ao exantema).
Principais sinais e sintomas do sarampo:
– Febre alta, acima de 38,5°C;
– Dor de cabeça;
– Manchas vermelhas, que surgem primeiro no rosto e atrás das orelhas, e, em seguida, se espalham pelo corpo
– Tosse;
– Coriza;
– Conjuntivite;
– Manchas brancas que aparecem na mucosa bucal conhecida como sinal de koplik, que antecede de 1 a 2 dias antes do aparecimento das manchas vermelhas.
As manifestações clínicas do sarampo são divididas em três períodos:
– Período de infecção: dura cerca de sete dias, onde surge a febre, acompanhada de tosse seca, coriza, conjuntivite e fotofobia. Do 2° ao 4° dia desse período, surgem as manchas vermelhas, quando se acentuam os sintomas iniciais.
O paciente apresenta prostração e lesões características de sarampo: irritação na pele com manchas vermelhas, iniciando atrás da orelha (região retroauricular).
– Remissão: caracteriza-se pela diminuição dos sintomas, com declínio da febre. A erupção na pele torna-se escurecida e, em alguns casos, surge descamação fina, lembrando farinha, daí o nome de furfurácea.
– Período toxêmico: o sarampo é uma doença que compromete a resistência do hospedeiro, facilitando a ocorrência de superinfecção viral ou bacteriana. Por isso, são frequentes as complicações, principalmente nas crianças até os dois anos de idade, em especial as desnutridas e adultos jovens.
A ocorrência de febre, por mais de três dias, após o aparecimento das erupções na pele, é um sinal de alerta, podendo indicar o aparecimento de complicações, sendo as mais simples: infecções respiratórias; otites; doenças diarreicas e neurológicas.
As complicações mais comuns do sarampo são:
– infecções respiratórias;
– otites;
– doenças diarreicas;
– doenças neurológicas.
É durante o período exantemático que, geralmente, se instalam as complicações sistêmicas, embora a encefalite possa aparecer após o 20º dia.
As complicações do sarampo podem deixar sequelas, tais como: diminuição da capacidade mental, cegueira, surdez e retardo do crescimento. O agravamento da doença pode levar à morte de crianças e adultos.