Lançamento do movimento Convergência Empresarial de Mulheres Brasileiras no Mercosul foi exaltado por Patrícia Iglecias.
A diretora-presidente da CETESB, Patrícia Iglecias, participou, em 20/07, do lançamento da CEMB – Convergência Empresarial de Mulheres Brasileiras no Mercosul, que se soma a iniciativas semelhantes existentes na Argentina, no Uruguai e no Paraguai. Juntas, formam a CEMM – Convergência Empresarial de Mulheres do Mercosul, criada em 2018, em Buenos Aires, na Argentina.
O movimento tem entre seus objetivos fomentar o crescimento da atividade produtiva dos países a partir da participação igualitária das mulheres de negócios, pois a diferença entre homens e mulheres, além de envolver custos em termos de justiça social e dignidade humana, reduz o crescimento e a competitividade das economias.
Patrícia Iglecias ressaltou a importância da iniciativa por oferecer oportunidades de conexões e conhecimentos necessários às mulheres empresárias e gestoras. “Precisamos trabalhar em conjunto para ressaltar o trabalho que desenvolvemos. A CETESB, por exemplo, que neste ano completa 53 anos de existência, nunca tinha tido uma mulher no comando. Isso demonstra que ainda temos muito a trabalhar para que as mulheres assumam essas posições.”
Segundo ela, a agenda de desenvolvimento ambiental da ONU – Organização das Nações Unidas não é apenas ambiental, porque também congrega valores fundamentais como emprego pleno para todos e igualdade de gênero. “Nesse período de pandemia ficou evidente o poder da força de trabalho feminino, já que 70% dos profissionais de saúde são mulheres.”
A diretora lembrou, ainda, que a CETESB foi premiada com o WOB Women on Board durante a sua gestão, por ter dobrado o número de mulheres no conselho de administração da companhia. “Hoje, temos quatro representantes. Nosso trabalho é ambiental, mas temos de ter a visão de igualdade de gênero. Coloco a CETESB a disposição de vocês, desejo que essa iniciativa seja muito profícua e traga resultados positivos para que juntos, como países irmãos, possamos avançar nesse tema tão relevante.”
A coordenadora da CEMM, Laura Velásquez, relembrou o início do movimento quando, após a rede da Cúpula das Mulheres20, realizada em Buenos Aires, no início de outubro de 2018, foi declarado que a igualdade é um fator chave de crescimento sustentável e inclusivo. “Começamos a traçar objetivos concretos, queríamos incluir essas mulheres no comércio internacional, fazer networking e rodadas de negócios visando ao crescimento e ao fortalecimento das empresárias.”
Laura afirma que em menos de três anos o movimento cresceu e fortaleceu vínculos. “Na próxima semana começam as rodadas de negócios. Temos 260 empresárias e mais de 30 compradores inscritos até o momento.”
A presidente da CEMB, Lilian Schiavo, conta que o sonho está se tornando realidade. “Atualmente, temos inúmeras associações representantes dessas mulheres envolvidas com o nosso projeto, elas simbolizam o poder econômico dos nossos países. Como presidente, quero trazer mais pessoas e fortalecer nossos laços comerciais. Espero trabalhar com todos os países do Mercosul, conectar empresárias e organizar negócios para todas, mesmo as pequenas, que nunca pensaram em exportar.”
O subchefe da coordenação geral de promoção comercial do Ministério das Relações Exteriores, Fernando Viégas Peixoto, afirma que essas empreendedoras sempre podem contar com o Itamaraty. “Temos 120 setores de promoção comercial espalhados pelo mundo para apoiar o empresariado brasileiro e abrir oportunidades de negócios. A Apex-Brasil também faz um trabalho de apoio aos exportadores e tem uma atuação na área de preparar os empresários para começar suas atividades no exterior.”
A especialista sênior da OIT – Organização Internacional do Trabalho, Maria Victoria Giulietti, pretende desenvolver uma plataforma de marketplace para facilitar a comercialização de produtos. “Faremos todo o possível para disponibilizar ferramentas que facilitem as negociações.”
A gerente de relações internacionais na CNI – Conferência Nacional da Indústria, Fernanda Maciel, afirma que a entidade apoia todas as inciativas que visam ampliar e fortalecer a participação das mulheres empreendedoras. “Temos um papel a desempenhar nesse segmento, por isso, criamos um fórum nacional de mulheres empreendedoras que tem o compromisso de ampliar o atendimento de empresárias no cenário internacional. Esse é um ambiente propício para trabalhar com agenda colaborativa junto a vocês. No pós-pandemia é importante que priorizemos ações para acelerar o crescimento econômico.”
Para o presidente do IBREI – Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Relações Empresariais Internacionais, Maurício Prazak, o mundo ainda tem muitas desigualdades. “É muito bom encontrar grupos que arregaçam as mangas, para construir um mundo melhor, destruir barreiras e construir pontes. Iniciativas como essa trazem muitos frutos para todos os países envolvidos. Vocês estão transformando o ambiente de muitas mulheres. Acho que o lema de vocês deveria ser: sozinhas nós somos incríveis e juntas somos invencíveis”, concluiu.