Pompeia: a cidade sob as cinzas do vulcão Vesúvio

Riselda Morais

Pompeia

Pompeia, Itália. Fotojornalismo: Riselda Morais

Fundada no século VI a.C  no Sul da Itália e as margens do belíssimo mar Mediterrâneo, Pompeia foi enterrada pelas cinzas do vulcão Vesúvio em 79 d.C

  É manhã de Julho de 2014, a primeira vista, o céu está limpo e o azul do mar me parece ainda mais belo, quando partimos para as ruínas da antiga cidade de Pompeia. A princípio, estou, obviamente, cheia de curiosidades; ao mesmo tempo que estou ansiosa pelas descobertas que lá me esperam.

     Enquanto me aproximo, penso, portanto, nos motivos que me levam até este lugar marcado por tamanha tragédia, mas que é, constantemente visitado por turistas de todo o mundo.

 Da mesma forma que penso em Pompeia, como a cidade sepultada sob cinzas do vulcão Vesúvio e que se manteve oculta por 1.600 anos, me questiono, enfim, como sentirei a energia ao estar entre as ruínas da antiga cidade do Império Romano.

     Segundo a história milenar, Pompeia tem sua fundação marcada por volta do século VI e VII a.C. está localizada ao sul da Itália e as margens do belíssimo mar Mediterrâneo, 

   Em 79 d.C, porém, já com cerca de 12 mil habitantes, a cidade tem uma vida bem ativa quando uma violenta erupção do vulcão Vesúvio cobre-a com larvas e cinzas, tirando a vida  e sepultando cerca de 3 mil pessoas.

     Agora estou em um ônibus de turismo, que saíra da cidade de Nápoles, há 22 km distante, no entanto, estou tão mergulhada em pensamentos quanto a observar tudo pela janela, mas logo me percebo aproximar das ruínas e do vulcão Vesúvio.

  Simultaneamente, o monte estava com uma forte névoa ou fumaça a lhe emoldurar ou a constantemente ameaçar.

Fumaça do Vesúvio ou nuvem? Me questionei em silencio.

 

Entretanto eram apenas nuvens, mas, inevitavelmente, minha imaginação voava através da história.

     Todavia, logo ao desembarcar, imediatamente meus olhos procuram pelo vulcão que se sobressai sobre o monte a lhe dominar mas que outrora parece adormecido.

O topo do monte em Pompeia está encoberto: Nuvens ou fumaça do Vesúvio?

   Observo por alguns instantes, imaginando como seria chegar mais próximo e baixando o olhar lentamente para as ruínas da antiga Pompeia, posso ver que dali, igualmente, pode-se ver parte da nova e reconstruída cidade.

   Tal qual uma sobrevivente, a resistir ao tempo e manter viva a história,  ali está, após uma pequena subida a Via Marina com uma antiga praça e o Fórum de Pompeia; ao fundo está o  Vesúvio, responsável por provocar-lhe as destruições, mas também, a testemunhar-lhe as reconstruções.

As cinzas e as lamas que destroem  a cidade e a oculta por 1.600 anos, são portanto, as mesmas que preservam sua história

   As cinzas e as lamas que destruíram a cidade e a ocultaram por 1.600 anos, foram as mesmas que protegeram essas construções, pensei ao observar um bloco de cinzas petrificada, cortado como um cubo quase que perfeito com uma inscrição que não fui capaz de reconhecer a escrita.

Pompeia
Pedra com inscrição antiga.

Da mesma forma atenta, continuo a caminhar e logo estou diante do Templo de Vênus e seus vestígios de colunas; assim como da Basílica e de um edifício datado de 130 a.C.

     Em contrapartida, logo vejo as grandes estruturas do outro lado, trata-se do Templo de Apolo e restos pórticos de colunas.

 

     Caminho pelas estreitas ruas da cidade destruída, percebo as marcas de pés descalços de pessoas correndo a passos largos bem como as marcas das patas de um cavalo e de uma carroça que ficaram retratados nas cinzas petrificadas do Vesúvio.

“Eis aqui, milenarmente e igualmente registradas as marcas de um grande sofrimento!”; observei ao sentir minha expressão fechar e uma grande tristeza enquanto fotografo.

 Em seguida, percebo-me grata aos arqueólogos que exploraram o local desde que reencontraram a cidade em 1748, pela riqueza de detalhes preservados.

    Logo mais, passo pela casa do poeta trágico, posso ver na entrada um mosaico branco e negro com a inscrição “cave canen” que traduzindo significa “cuidado com o cão” desenhando um cão de guarda.

No entanto, entre os afrescos e pinturas que decoram as paredes pode-se ver “Ilíade” e o poeta trágico que dá nome ao local.

Pompeia

Cão bravo. Casa do Poeta Trágico – Riselda Morais

Prostíbulo de a.C. oferecia cardápio em forma de cama sutra nas paredes

Minutos depois, adentro a um antigo prostíbulo de a.C..

Trata-se de um local pequeno, porém, mas surpreendente.

  Nos afrescos das paredes da primeira sala, pode-se ver a cama sutra desenhada, um cardápio do sexo oferecido no local. Antigos mas não bobos, esses italianos gostavam mesmo de sexo, penso sorrindo.

   É Lupanare um dos vários prostíbulos de Pompeia. Apesar da erupção, sobreviveu relativamente intacto e está bem preservado.

     No primeiro quarto a direita, uma cama e um travesseiro petrificados pelas cinzas. A cama onde os serviços eram prestados… Oportunidade única, sentei ali e fiz uma selfie como registro do momento histórico e milenar.

Tour pela história, uma imersão na cultura local através dos objetos encontrados

    Sigo em um tour pela história, uma imersão na cultura local através dos objetos encontrados, tão moldados pelas cinzas como conservados.

Impactante, mas irresistível, ali encontra-se, portanto, brinquedos de crianças, jarras de vinho, uma cama de casal e muitos outros objetos que contam a historia de um povo.

Me emociono quando vejo cachorro do Poeta Trágico petrificado, fora encontrado onde estão as inscrições. 

    Os corpos de pessoas que morreram dormindo, orando, estão moldados e petrificados, encontrados do modo exato como foram atingidas pela erupção.

   Então observo de perto corpos de vítimas protegidos por redoma de vidro, contudo sua expressão e posição no momento da morte, revela um imenso sofrimento.

A história desperta atenção, mas nada se compara ao impacto de ver e sentir Pompeia.

Deixo aqui, antes de tudo, o meu respeito a um povo que é exemplo de superação!

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