Periodo chuvoso exige atenção para evitar criadouros do mosquito Aedes Aegypti

Capital paulista já registrou 12.814 casos confirmados de dengue, 10 óbitos e 183 casos de Chikungunya neste ano, segundo Boletim Arboviroses, mas é o ressurgimento do sorotipo 3 no estado que acende alerta para uma epidemia da dengue

Riselda Morais

    Com a chegada do período mais chuvoso do ano e as altas temperaturas, chega também, a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, popularmente conhecido como mosquito da dengue. No entanto, vale ressaltar que o Aedes Aegypti transmite, além da Dengue, a Zika e a Chikungunya cujos sintomas são semelhantes e a melhor prevenção é evitar criadouros do mosquito.
Entre os sintomas semelhantes estão febre repentina acompanhada de dor de cabeça, dores nas articulações, dores no corpo, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele, manchas vermelhas pelo corpo, náuseas, vômitos, dores abdominais e no caso do sorotipo 3, sangramento na urina, gengiva e nariz.

   O ressurgimento do sorotipo 3 do vírus da dengue aqui em São Paulo, acendeu o sinal de alerta para uma possível epidemia. Esse sorotipo viral não circulava no Brasil há 15 anos e preocupa especialistas devido ao fato da população estar com baixa imunidade contra esse sorotipo viral.
Segundo dados da Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) e da Unidade de Vigilância de Saúde (UVIS) a cidade de São Paulo teve no período de 01 de Janeiro a 16 de novembro deste ano, 183 casos de Chikungunya, sendo 25 autóctone e 158 importado; teve também 12.814 casos confirmados de dengue autóctone e 10 óbitos de moradores do município.

   O mês com maior incidência foi abril com 3.881 casos confirmados. Sendo o segundo mês com maior número de casos confirmados maio com 3.014 e março com 2.287 casos confirmados de dengue.

   Na CRS central o bairro com maior número de casos confirmados de dengue foi Santa Cecília com 119 casos confirmados, seguido por Bela Vista (64), Liberdade (60), Sé (59), Consolação (47), Cambuci (40), República (36) e Bom Retiro (33).

  Na CRS Leste o bairro de Itaquera teve o maior número de casos com 365 casos confirmados, seguido por Itaim Paulista (274), Ermelino Matarazzo (268), Vila Jacui (255), São Miguel (196), Guaianases (155), Cidade Tiradentes (150), Ponte Rasa (148), Cidade Líder (136), Vila Curuçá (123), Lajeado (114), Jardim Helena (92), São Rafael (85), Iguatemi (74), São Mateus (67), Conjunto José Bonifácio (54) e Parque do Carmo com 36 casos confirmados.

   A CRS Norte registrou mais casos no bairro do Tremembé com 566 casos confirmados, seguido pela Vila Maria (341), Brasilândia (330), Santana (319), Vila Medeiros (272), Cachoeirinha (245), Freguesia do Ó (243), Tucuruvi (229), Pirituba (214), Vila Guilherme (213), Mandaqui (193), Jaçanã (184), Jaragua (182), Anhanguera (165), Casa Verde (152), São Domingos (146), Limão (11), Perus (74).

   Na CRS Oeste Perdizes com 218 foi o bairro que mais registrou casos confirmados de dengue, seguido por Rio Pequeno (174), Lapa (136), Itaim Bibi (127), Pinheiros (126), Vila Sonia (122), Jardim Paulista (97), Raposo Tavares (89), Butantã (83), Vila Leopoldina (62), Alto de Pinheiros (59), Morumbi (49), Barra Funda (45), Jaguara (44), Jaguaré (41).

   A CRS Sudeste registrou o maior número de casos na Penha com 369, seguido pelo Cangaíba (267), Sacomã (148), Sapopemba (141), Artur Alvim (129), Ipiranga (120), Saúde (116), Vila Matilde (113), Vila Mariana (110), São Lucas (103), Cursino (88), Jabaquara (87), Tatuapé (85), Vila Prudente (78), Água Rasa (66), Aricanduva (65), Belém (63), Carrão (58), Moema (56), Vila Formosa (54), Mooca (51), Brás (43), Pari (38).

   A CRS Sul registrou o maior número de casos no bairro de Jardim Ângela com 214 casos confirmados, seguido por Capão Redondo (190), Cidade Ademar (180), Grajaú (137),Jardim São Luiz (137), Vila Andrade (113), Campo Grande (107), Cidade Dutra (97), Pedreira (81), Parelheiros (79), Santo Amaro (72), Campo Belo (60) e Marsilac (3).
Casos confirmados no estado
Até a última atualização do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde em 23/11/2023, o estado de São Paulo registrou 329.725 casos de dengue sendo 3.428 casos graves com sinais de alarme e 275 óbitos. Com incidência de 706,82.
Os casos de Chikungunya tiveram incidência de 5,98 e totalizaram 2.791 casos, destes 35 pessoas eram gestantes e 11 pessoas foram a óbito. No mesmo período, com incidência de 0,10, o estado registrou 46 casos de Zika, sendo 24 gestantes e não houve óbitos.
Casos no Brasil

   De acordo com os dados do Monitoramento de Arboviroses, o Brasil registrou 1.664.354 casos da Dengue, sendo 24.109 casos grave e 1.037 óbitos. Segundo os dados da 46ª semana epidemiológica a incidência da dengue foi de 780,22.

  A maior parte dos casos foi registrada na região Sudeste com cerca de 893 mil casos, seguida pela região Sul (383 mil) e Centro-Oeste (245 mil), Nordeste (103 mil) e Norte (32 mil).
No mesmo período, os casos de Chikungunya teve incidência de 66,42 e totalizou 141.685 casos da doença, sendo que 1.558 foram em gestantes e o número de óbitos foi de 78 pessoas.

   Os casos de Zika tiveram incidência de 3,29 na 34ª semana epidemiológica e totalizaram 7.019 casos, sendo 339 casos em gestantes e 3 óbitos.
O Aedes aegypti põe seus ovos em recipientes como latas, tampas e garrafas vazias, pneus, calhas, caixas d’água descobertas, pratos sob vasos de plantas ou qualquer outro objeto que possa armazenar água da chuva. Outros lugares que servem como criadouros são bromélias, bambus e buracos em árvores.

Cuidado para evitar criadouros do Aedes Aegypti:

– Verificar se a caixa d’água está bem tampada.
– Deixar as lixeiras bem tampadas.
– Colocar areia nos pratos de plantas.
– Recolher e acondicionar o lixo do quintal.
– Limpar as calhas.
– Cobrir piscinas.
– Tapar os ralos e baixar as tampas dos vasos sanitários.
– Limpar a bandeja externa da geladeira.
– Limpar e trocar a água das vasilhas dos bichos de estimação diariamente.
– Limpar a bandeja coletora de água do ar-condicionado.
– Cobrir bem a cisterna.
– Cobrir bem todos os reservatórios de água.
– Não jogar pneus velhos em vias públicas, terrenos baldios e nem deixar em área descoberta.
O combate ao mosquito é de responsabilidade de toda a população pelo bem coletivo e individual.

By Riselda Morais

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