Bruno Luitgards, cirurgião plástico, explica a importância do procedimento para mulheres
e três diferentes opções para a operação
Outubro chegou e com ele uma das campanhas mais impactantes do ano. O outubro Rosa luta pela prevenção e combate ao câncer de mama, e de acordo com o Globocan 2018, estudo da Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer, esse tipo da doença afeta 2,1 milhões de pessoas por ano e é o quinto que mais mata em todo o mundo.
No Brasil, o Inca – Instituto Nacional do Câncer revelou que, só neste ano, 60 mil pessoas receberão o diagnóstico.
O tratamento deste tipo de câncer envolve a mastectomia parcial ou radical, que retira parte ou a mama inteira e gera uma sequela grave para as mulheres, modificando a forma como elas veem o corpo.
O cirurgião plástico Bruno Luitgards comenta que geralmente as pacientes relatam sensação de perda de identidade, associada a perda de feminilidade e atratividade sexual, tal é a importância das mamas para as mulheres em nossa sociedade. “Ainda assim, muitas pacientes podem se sentir desencorajadas a procurar tratamento por sentirem que a reconstrução é uma questão muito menos importante, e até fútil, quando comparada com o câncer e o risco superado”, acrescenta o especialista.
Para o médico, a reconstrução deve sempre ser considerada uma vez que existem evidências científicas de que ela melhora a qualidade de vida, inclusive a autoestima, função social e psicológica, sexualidade e autoimagem dessas mulheres. “A reconstrução imediata, feita no mesmo momento da mastectomia, é a melhor opção, pois diminui o efeito psicológico da perda da mama”, pontua Luitgards.
Como é feito o procedimento?
Dr Bruno explica que existem basicamente três opções para a reconstrução mamária:
1. Utilização de aloplásticos: em que se coloca um expansor ou uma prótese de silicone para reconstruir a mama retirada.
2. Reconstrução oncoplástica: que pode ser utilizada em casos de mastectomia parcial, onde se utiliza a mama restante para a reconstrução.
3. Reconstrução com tecido autólogo: em que se utiliza pele e gordura da própria paciente para a reconstrução, normalmente excesso de pele da região abdominal ou das costas.
“A escolha entre esses tipos depende de vários fatores, como comorbidades, tamanho e forma da mama contralateral, cirurgias prévias, necessidade de radioterapia, qualidade da pele pelo tórax e, mais importante, a escolha da paciente”, destaca. O médico complementa que “há ainda um momento da reconstrução em que é realizada a simetrização da mama contralateral (do lado sem câncer) para deixar as mamas mais simétricas”.
“Após a operação, a paciente deve seguir todas as recomendações médicas, sendo necessário muitas vezes repouso dos braços, uso de sutiãs modeladores e cuidados com a ferida operatória para que a recuperação seja mais rápida”, finaliza o especialista.