Pesquisas mostram queda superior a 90% em casos de bronquiolites em 2020 e redução de 70% nos custos gerados ao sistema público de saúde
Um estudo recente publicado pela UFRGS, UFCSPA e PUCRS, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), mostrou que as medidas não farmacológicas adotadas durante a pandemia, como o reforço na higiene, uso de máscara e manter os ambientes arejados, diminuíram drasticamente o número de hospitalizações por doenças respiratórias em crianças de zero a 18 anos em Porto Alegre (RS).
De 2018 a 2020, foram 10.109 internações pediátricas devido às causas respiratórias. Comparando os anos de 2018 e 2019 com o de 2020, a redução das hospitalizações por bronquiolites foi superior a 90%, por asma 60% e por pneumonias 80%. De um patamar de quase 5 mil casos em 2019, o índice caiu para pouco mais de 900 em 2020. A pesquisa também mostra o impacto gerado nos custos ao sistema público de saúde, que reduziu 70%. O alívio foi notado especialmente no inverno, que normalmente registra altos índices de internações de crianças. Os resultados foram publicados na revista Paediatric Respiratory Reviews.
É importante manter as medidas de prevenção de doenças
Uma das autoras do estudo, a professora e coordenadora de pesquisa da Escola de Medicina, Rita Matiello, destaca que as medidas como o uso de máscara, especialmente quando apresenta sintomas, lavar as mãos com frequência e de forma adequada, e uma melhor ventilação dos ambientes pode contribuir muito para a diminuição das hospitalizações de crianças devido a problemas respiratórios. “Se nós seguirmos com essas medidas preventivas adotadas para conter a Covid, que também podem ser aplicadas a outras doenças respiratórias, conseguiremos reduzir de forma importante o número de internações hospitalares em crianças”, observa.
O impacto do distanciamento social na saúde respiratória das crianças também foi tema de artigo publicado pelo decano da Escola de Medicina da PUCRS, professor Leonardo Pinto. O estudo mostrou que a nível nacional também houve uma grande redução nas hospitalizações de crianças com bronquiolite. Publicado na revista Clinical Infectious Diseases, os resultados mostraram uma redução significativa das internações (menos 70%) por bronquiolite aguda em crianças com menos de 1 ano no Brasil. De acordo com o pesquisador, os resultados podem orientar estratégias de prevenção da disseminação viral.
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