Segundo a infectologista Silvia Maria Gomes de Rossi, professora de Doenças Infeciosas e Parasitárias da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR), há 20 anos não ocorriam casos desta doença, que acometeu 4 pessoas, sendo que um caso foi por manuseio laboratorial. “A transmissão se dá por inalação de aerossóis provenientes de urina, fezes ou saliva de roedores infectados, por isso a prevenção se faz evitando poeiras de galpões, acúmulo de lixo e qualquer ambiente que possa ter ou mostre evidências da presença de roedores”, esclarece, prosseguindo: “também pode haver a transmissão inter-humana, em contatos muito próximos e prolongados, ou em ambientes hospitalares se não forem tomadas medidas de prevenção e uso de equipamentos de proteção no contato com secreções e excretas”.
A incubação é de aproximadamente de uma semana (5 a 21 dias), e os sintomas são semelhantes aos de outras doenças, como febre amarela, leptospirose, dengue grave, febre, mal-estar, dores e manchas vermelhas pelo corpo, dor de garganta e de cabeça, sangramento de boca e nariz, e o paciente pode chegar a apresentar sonolência, confusão mental, convulsões.
“A notificação da suspeita deve ser imediata e o diagnóstico é feito por exame de biologia molecular estando disponível no SUS, inclusive para a rede privada. O tratamento é sintomático, feito em ambiente hospitalar, lembrando que ainda não existe vacina”, esclarece Silvia de Rossi.
A febre hemorrágica brasileira é uma doença que deve entrar no diagnóstico diferencial das infecções agudas que evoluem com gravidade, mas não há motivo para alarme.