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19 nov 2024, ter

Exposição fotográfica a partir de 28 de março em São Paulo traz olhar humanizado sobre mundo árabe

Em comemoração ao Dia Nacional da Comunidade Árabe e aos 74 anos da Liga Árabe, a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira em parceria com o Institut du Monde Arabe, de Paris, e o InstitutoTomie Ohtake trazem pela primeira vez para América do Sul uma mostra com mais de 70 fotos de 14 artistas de países árabes e europeus.

 

     Um mundo árabe em plena diversidade e distante do retrato cotidiano da mídia é apresentado ao público paulistano a partir do dia 28 de março na exposição “Taswir, a fotografia árabe contemporânea”, em cartaz no Instituto Tomie Ohtake até 28 de abril, numa realização da instituição paulistana, da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira e do Institut du Monde Arabe (IMA), de Paris.

     A mostra é uma reedição da exposição de jovens fotógrafos sobre a civilização árabe realizada em 2017 pelo IMA para a segunda Bienal de Fotografia de Paris – reeditada no ano seguinte para a mostra “Cristãos do Oriente – 2000 anos de história” –, justamente com a proposta de mostrar ao público francês a ampla diversidade étnica, cultural e geográfica dos mais de 20 países de maioria árabe do norte da África e do Oriente Médio, num recorte humanizado e distante dos clichês.

     Ao todo, serão expostas 78 imagens produzidas por 14 fotógrafos de 12 países, árabes e europeus. “As imagens diferem daquelas que alimentam as mídias cotidianamente”, descreve Silvia Antibas, diretora de Cultura da Câmara Árabe, responsável pela seleção das fotos da mostra brasileira. “Os artistas recuam, no tempo e no espaço, dos tumultos atuais, se distanciam para fazer um retrato do mundo árabe que também é real em toda sua humanidade, diversidade e complexidade”.

    De acordo com Antibas, a palavra árabe “Taswir” significa “o ato de fotografar”. Ela diz que uma das propostas da mostra é justamente destacar a visão particular de cada um, mulheres e homens, em sua jornada pessoal de descoberta dos países em que as fotos foram produzidas. “É um olhar de dentro para fora, já que a maioria dos fotógrafos nasceu nos países árabes, mas também no caminho inverso, no caso dos fotógrafos nascidos na Europa, que revela o encantamento com este mundo”.

    Ainda segundo a curadora, as imagens revelam momentos decisivos do processo criativo dos fotógrafos e suas experiências ao conceber as imagens. A escolha foi cuidadosa no sentido de compor uma narrativa entre os fotógrafos, que não são só sobre as descobertas de cada um, mas no sentido de questionar esteriótipos e destinos que o ocidente se acostumou a atribuir a esta parte do mundo.

    Silvia Antibas diz ainda que a mostra é uma homenagem aos países de onde vieram os pais e avós de mais de 14 milhões de brasileiros em pelo menos três grandes ondas migratórias a partir do fim do século XIX, em reconhecimento, também, à contribuição dos árabes para a sociedade brasileira. A mostra é um dos eventos oficiais da comunidade árabe paulista em comemoração ao 25 de março, dia da comunidade árabe no Brasil e aos 74 anos da Liga Árabe.

Fotógrafos presentes na mostra:

Ahmad El-Abi
Nasceu no Cairo, Egito, em 1984, onde vive e trabalha atualmente. Apesar de ter estudado medicina, dedica-se a fotografia conceitual e a direção de arte.

Jaber Al Azmeh
Nasceu em Damasco, Síria, em 1973, onde vive e trabalha atualmente. Graduou-se em Belas Artes e desde 2006 leciona na Universidade Internacional de Ciência e Tecnologia em Damasco.

Roger Grasas
Nasceu em Barcelona, Espanha, em 1970. Vive e trabalha em Riyad, Arábia Saudita. Graduou-se em fotografia e filosofia. É mestre em Estética e Teoria da Arte pela UAB.

Laila Hida
Nasceu em Casablanca, Marrocos, em 1983. Vive e trabalha em Marrakesh, Marrocos.
Autodidata, é fotógrafa desde 2012 e uma das fundadoras do espaço cultural Le 18 Derb el Ferrane, em Marrakesh.

Rania Matar
Nasceu em Beirute, Líbano, em 1984. Vive e trabalha nos Estados Unidos. Estudou arquitetura e fotografia. Foi premiada com a bolsa Guggenheim em 2018.

Zied ben Romdhane
Nasceu em Túnis, Tunísia, em 1981, onde vive e trabalha atualmente. Começou sua carreira como fotógrafo comercial e em 2011, migrou para o documentário e fotojornalismo.

Stephan Zaubitzer
Nasceu em Munique, Alemanha, 1966. Vive e trabalha em Paris, França. Registra cinemas históricos abandonados, em sua maioria, da margem sul do Mediterrâneo.

Tasneem Alsultan
Nasceu em Tucson, Estados Unidos, em 1985. Vive e trabalha na Arábia Saudita. Criada entre o Reino Unido e a Arábia Saudita, fotografa particularmente para o The New York Times e National Geographic.

Héla Ammar
Nasceu em Túnis, Tunísia, em 1969, onde vive e trabalha. Além de artista, tem um Phd em Direito. É autora do livro Corridors (2014) e co-autora da pesquisa Siliana Syndrome (2013), acerca da pena de morte em seu país.

Mohamed Abusal
Nasceu na Palestina em 1976. Vive e trabalha em Gaza.
Membro fundador de Eltiqa, grupo de artistas em atividade desde 2002.

Lazare Mohamed Djeddaoui
Nasceu em Puteax, França, em 1987. Vive em Paris e trabalha sobretudo entre Oriente Médio e o norte da África. Trabalhou para instituições como a UNICEF.

Tanya Habjouqa
Nasceu na Jordânia, em 1975. Vive e trabalha em Jerusalém Oriental. Foi educada nos Estados Unidos. Seu trabalho está em coleções permanentes de coleções como MFA Boston, Institut du Monde Arab, e o Carnegie Museum of Art.

Douraid Souissi
Nasceu em Túnis, Tunísia, em 1970. Vive e trabalha entre França e Tunísia. No contexto da Tunísia pós-revolucionária, faz retratos que evocam desprezo social, espiritualidade e o papel das imagens.

Michele Borzoni
Nasceu em Florença, Itália, em 1979, onde atualmente vive e trabalha. Formado em fotojornalismo e fotografia documental no Centro Internacional de Fotografia de NY, passou de 2011 a 2014 pesquisando sobre comunidades cristãs no Oriente Médio, em países como Egito, Israel, Palestina, Líbano, Iraque, Jordânia e Turquia.

Serviço:
Exposição: Taswir, a fotografia árabe contemporânea
Abertura: 28 de março, às 20h
Até 28 de abril de 2019 – de terça a domingo, das 11h às 20h – entrada franca
Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima 201 – Complexo Aché Cultural
(Entrada pela Rua Coropés, 88) – Pinheiros SP –
Metrô mais próximo – Estação Faria Lima/Linha 4 – amarela

www.institutotomieohtake.org.br

By Riselda Morais

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