Em nível mundial, a depressão atinge mais de 300 milhões de pessoas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
No Brasil, são 11,5 milhões de afetados pelo problema. No entanto, pouca gente sabe, mas a doença se manifesta de várias formas e é importante identificá-las.
“No TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR (o mais comum), a pessoa possui quadros depressivos frequentes ou sintomas de depressão presentes por mais de seis meses. É um estado mais grave da doença. Os sinais de alerta incluem tristeza, desânimo, pouco interesse em atividades (antes prazerosas), alterações no sono, no apetite ou no peso, assim como perda de energia e sensação de inutilidade”, explica o psiquiatra Ygor Czovny. Segundo ele, este quadro costuma aparecer mais tardiamente, após os 30 anos de idade, e tem uma reposta melhor aos medicamentos.
O TRANSTORNO BIPOLAR, por sua vez, é diferente da depressão, mas quem sofre com a síndrome também passa por episódios de humor extremamente deprimido, que pode se enquadrar nos critérios para Depressão Maior. O paciente, na verdade, experimenta momentos extremamente opostos, vivendo também explosões de humor extremo, intensa euforia ou irritabilidade
Já a DEPRESSÃO DE ALTO FUNCIONAMENTO, um tipo novo que entrou recentemente nos protocolos de depressão, é caracterizada por pessoas que, inicialmente, aparentam um rendimento normal em qualquer área de suas vidas; são ativas, trabalham, se relacionam, sorriem, se comunicam. Só que, ao passo que demonstram normalidade, sofrem, na verdade, um mal-estar profundo.
“Para elas, as primeiras horas do dia, por exemplo, podem ser um pesadelo, com a presença contínua de uma ansiedade intensa já ao acordar, na qual há uma pressão enorme e angustiante em ter que ‘dar conta de tudo’; ‘preciso aparentar normalidade, cumprir com todas as minhas tarefas’. O problema é que isso se torna crônico e pode levar à já citada Depressão Maior”, alerta o médico
De acordo com o profissional, a depressão de alta funcionalidade apresenta uma singularidade: a falta de energia é ausente. Isso porque os pacientes possuem um forte sentimento de perfeccionismo, portanto não se deixam parar ou falhar.
“Já a DEPRESSÃO SAZONAL está relacionada a episódios de intensa tristeza que surgem conforme os dias ficam mais curtos no outono e no inverno, e a exposição à luz do sol diminui. São casos menos comuns em locais como o Brasil, em que o sol é mais presente. E existem outros tipos de depressões sazonais ligados a datas específicas do ano, como as festas de final de ano que acarretam reflexão, balanço e, por consequência, frustração. O quadro inclui retraimento social, aumento do sono e desânimo”, esclarece Czovny.
A DEPRESSÃO PÓS-PARTO também faz parte dos diferentes tipos da doença. Para o psiquiatra, a gestação é um período que mexe muito com os hormônios femininos e que acarreta queda abrupta de algumas substâncias no corpo, o que propicia o problema. “Ela pode surgir durante a gravidez e/ou em até 12 meses após o nascimento do bebê. Sentimentos persistentes (que durem mais de duas semanas após o parto) como extrema tristeza, ansiedade e exaustão severa são sinais de alerta”, comenta o especialista.
E há, ainda, a DEPRESSÃO PSICÓTICA, uma forma mais rara e extrema de depressão, que se manifesta através de episódios psicóticos. “O paciente sofre com alucinações (vozes, vultos), delírios de culpa, com intensa tristeza e sensação de que algo ruim está para acontecer”, completa.