Com o objetivo de promover a continuidade do processo educacional de crianças e adolescentes em situação de longa hospitalização, o hospital passou a oferecer equipe multidisciplinar para ministrar as atividades escolares em suas instalações. Atualmente, 280 pacientes são beneficiados
Referência no tratamento de crianças e adolescentes na cidade de São Paulo, o Hospital Municipal Infantil Menino Jesus (HMIMJ), sob gestão do Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês (IRSSL), vem transformando a vida de famílias da capital paulista e de cidades vizinhas ao oferecer, além de um atendimento médico de excelência, uma rotina escolar para crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos que estejam hospitalizados por no mínimo 14 dias.Em 2022, foram feitos 111 atendimentos e, em 2023, esse número subiu para 829, totalizando 940 atendimentos a 280 pacientes diferentes.
O credenciamento é fruto de uma parceria com a Secretaria Municipal de Educação da cidade de São Paulo (SME-SP)e o Núcleo de Apoio e Acompanhamento para a Aprendizagem (NAAPA), que estabeleceram um vínculo com a Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Celso Leite Ribeiro Filho – localizada há aproximadamente 400 metros do hospital.
A EMEF Celso Leite Ribeiro Filho passou, desde então, a ceder professores e outros profissionais da educação para atuarem junto aos pacientes hospitalizados em período integral, nas manhãs e tardes de segunda a sexta-feira.
Dr. Antonio Carlos Madeira, diretor médico do HMIMJ, explica que os profissionais da classe hospitalar integram a equipe multiassistencial do hospital, atuando de maneira biopsicossocial para promover uma abordagem completa no cuidado aos pacientes, e que “implementar este serviço é transformador no que diz respeito ao desenvolvimento de aprendizagem de cada criança e adolescente contemplado pelo atendimento da classe.” Ele diz ainda que, “mais do que isto, é um reforço para podermos assegurar o direito de toda criança e adolescente ao acesso à educação”, explica o médico.
Diferentemente das salas de aula convencionais, a classe hospitalar adapta seus conteúdos de acordo com a necessidade de cada paciente, oferecendo desde atividades para o período de alfabetização até o preparo para o vestibular, sempre seguindo o currículo da cidade, da prefeitura de São Paulo.
“Enquanto hospitalizados, os pacientes continuam a seguir o conteúdo de suas escolas de origem, mantendo a conexão com o currículo escolar regular. Os profissionais da classe hospitalar também são encarregados de efetivar a matrícula de pacientes que não possuem vínculo escolar ativo”, lembra D. Madeira.
Gisele Soler, Superintendente Administrativa do IRSSL, superintendente administrativa do HMIMJ, explica ainda que, independentemente da escola de origem do paciente, o atendimento da classe hospitalar é gratuito e a decisão de aderir ao serviço é tomada pelos acompanhantes durante a triagem, respeitando-se a escolha de cada família.
“A iniciativa, que estabelece um elo essencial entre saúde e educação, destaca-se como uma ferramenta fundamental para o bem-estar e a recuperação integral das crianças e adolescentes hospitalizados, reforçando que, mesmo em meio a tratamentos clínicos e diagnósticos, a educação continua a ser uma aliada no processo de cura”, diz a superintendente.