Casos de mordidas de morcego aumentam 54% na capital paulista em 2019

Riselda Morais

    Segundo informações da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) , a capital paulista registrou no período de janeiro a agosto deste ano, 164 casos de mordidas de morcego, um aumento de 54% em relação aos 106 casos registrados no ano passado, no entanto, o número de casos pode ser bem maior, uma vez que nem todas as pessoas atacadas procuram o serviço de saúde.

    O maior número de casos foi registrado em Cidade Tiradentes, Zona Leste da capital paulista, que teve entre os meses de maio e agosto deste ano, 49 pessoas atacadas por morcegos. Em 2018 foram registrados apenas 19 casos de mordidas de morcego na região.

Apesar de nenhum dos casos de ataque, a pessoa ter contraído da raiva humana, o aumento no número de casos preocupa o serviço de saúde. 

Dois morcegos foram capturados durante uma operação na Área de Proteção Ambiental da Cidade Tiradentes, onde  9 pessoas foram atacadas. Os morcegos foram encaminhados para análise laboratoriais para saber se são portadores do vírus da hidrofobia (raiva humana). 

A operação de caça aos morcegos foi realizada pela Supervisão Técnica de Saúde com a parceria da Polícia Militar Ambiental, Guarda Civil Metropolitana, Polícia Militar, UVIS, Zoonose Central e Subprefeitura de Cidade Tiradentes.

Os morcegos podem transmitir a raiva através da mordida, arranhadura, contato direto com o mamífero.

      Se tiver algum contato com morcego, lave bem o ferimento com muita água corrente, sabão ou detergente e procure o serviço de saúde que realiza tratamento para a raiva imediatamente. Pode ser necessário tomar doses da vacina antirrábica, única forma de prevenir a doença que pode ser fatal.

    Se seu animal foi mordido, leve-o ao veterinário e comunique a Divisão de Vigilância de Zoonoses pelo telefone 156. 

    Os morcegos são mamíferos de hábitos noturnos que vivem em pedras, grutas, pendurados nas árvores, mas na área urbana podem se abrigar em forros, telhados, porões, sótãos ou entre vãos da paredes das residências e prédios. É importante fechar, vedar espaços onde os morcegos possam se esconder.

    Existem mais 1.000 espécies de morcegos no mundo, vivem entre 10 e 30 anos, são considerados úteis aos homens e a natureza, por isso são protegidos pela Lei Federal nº 9605 de fevereiro de 1998. (Lei do Meio Ambiente) que torna matar morcego crime ambiental passível de multa e até prisão.

    Entre as espécies estão os que se alimentam de insetos, frutas, néctar das flores e apenas uma espécie é vampira, ou seja, são hematófagos que se alimentam de sague de animais ou de sangue humano. No entanto, todos podem transmitir a raiva.

   

    Aqui no município de São Paulo, os morcegos que se alimentam de sangue e atacam pessoas podem ser encontrados na APA – Área de Proteção Ambiental entre o Iguatemi e a Cidade Tiradentes, Parque  e reserva do Carmo, do Bororé, do Capivari-Mono, Parque Anhanguera, Parque da Cantareira, entre outros parque e reservas, é importante evitar estes locais à noite.

A Vigilância de Saúde alerta que quando contaminados pela raiva, os morcegos podem apresentar mudanças em seu comportamento, como: atividade alimentar diurna, hiperexcitabilidade, agressividade, tremores, falta de coordenação dos movimentos, contrações musculares e paralisia, óbito.

    O Centro de Controle de Zoonozes recomenda que “Nunca se deve tocar nos morcegos que eventualmente adentrem as edificações ou apareçam caídos no chão. Neste caso, se possível, imobilizar o animal jogando um pano ou caixa de papelão emborcada para baixo, de modo a mantê-lo preso. Em seguida, entrar em contato com  o 156, que enviará equipe para retirar o animal e encaminhá-lo para exame laboratorial de raiva e identificação da espécie”.

By Riselda Morais

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