Camilo Cristofaro perde mandato de vereador por racismo

Riselda Morais

CMSP

Em sessão que teve 3 horas de duração, Camilo foi cassado por unanimidade

   É a primeira vez, na história da Câmara Municipal de São Paulo em que um vereador perde mandato por racismo.

  O fato ocorreu durante sessão nesta terça-feira (19), na qual foram registrados 47 votos SIM, a favor da perda do cargo, 10 a mais do que o necessário exigido, 5 abstenções, 1 ausência da vereadora Ely Teruel e nenhum voto contrário.

  Camilo Cristofaro (Avante) foi denunciado pela vereadora Luana Alves (PSOL) quando na sessão virtual da CPI dos aplicativos em maio de 2022, uma fala preconceituosa do ainda vereador Camilo vazou para os parlamentares: “Eles não lavaram nem a calçada, é coisa de preto, né?”.

  Na ocasião o vereador Adilson Amadeu (União Brasil) pediu para cortar o microfone de Camilo, mas a veradora Luana Alves tomou a palavra : “Não, não, não vai desligar não. Acho que ele falou alguma coisa de… Não, não, não. Acabou de ficar registrado. Acaba de proferir uma fala extremamente racista. Eu queria não acreditar que essa fala existiu, mas infelizmente existiu”.

  Durante a sessão de cassação, o ainda vereador Camilo Cristófaro tentou minimizar sua situação e só piorou ao proferir mais falas racistas:
“Todos os vereadores antigos chamavam o vereador Milton Leite de Negão. Agora pergunta se o Camilo algum dia chamou o vereador Milton Leite de Negão? Nunca, nunca, nunca”, disse.

   O presidente da CMSP Milton Leite retrucou: “Mais um momento de ofensa. É uma forma de racismo de novo na tribuna. Ele é um racista costumaz, e isso eu não aceito”.
Sobre a perda do mandato de Camilo Cristofaro o presidente da CMSP enfatizou:
“É uma decisão firme da Casa que aponta para a sociedade paulista o seguinte, o racismo é intolerável e inaceitável na cidade e diante de seus parlamentares”, afirmou Milton Leite.

CASSAÇÃO TEVE 47 VOTOS SIM, 5 ABSTENÇÕES E 1 AUSÊNCIA

Votaram sim pela cassação do mandato de Camilo Cristofaro por quebra de decoro ao proferir falas preconceituosas:

Adilson Amadeu (União Brasil)
Alessandro Guedes (PT)
André Santos (Republicanos)
Arselino Tatto (PT)
Aurélio Nomura (PSDB)
Beto do Social (PSDB)
Bombeiro Major Palumbo (PP)
Celso Gianazzi (PSOL)
Cris Monteiro (Novo)
Danilo do Posto de Saúde (Podemos)
Nunes Peixeiro (MDB)
Dra. Sandra Tadeu (União Brasil)
Edir Sales (PSD)
Elaine do Quilombo Perfiérico (PSOL)
Eli Corrêa (União Brasil)
Eliseu Gabriel (PSB)
Fabio Riva (PSDB)
Fernando Holiday (PL)
George Hato (MDB)
Gilson Barreto (PSDB)
Hélio Rodrigues (PT)
Isac Félix (PL)
Jair Tatto (PT)
Janaína Lima (MDB)
João Ananias (PT)
João Jorge (PSDB)
Jorge Wilson Filho (Republicanos)
Jussara Basso (PSOL)
Luna Zarattini (PT)
Manoel Del Rio (PT)
Marcelo Messias (MDB)
Marlon Luz (MDB)
Milton Ferreira (Podemos)
Milton Leite (União Brasil) – presidente da Câmara
Professor Toninho Vespoli (PSOL)
Ricardo Teixeira (União Brasil)
Rinaldi Digilio (União Brasil)
Roberto Tripoli (PV)
Rodolfo Despachante (PSC)
Rodrigo Goulart (PSD)
Rubinho Nunes (União Brasil)
Sandra Santana (PSDB)
Senival Moura (PT)
Sidney Cruz (Solidariedade)
Silvia da Bancada Feminista (PSOL)
Thammy Miranda (PL)
Xexéu Tripoli (PSDB)

Se abstiveram de votar:

Coronel Salles (PSD)
Atílio Francisco (Republicanos)
Paulo Frange (PTB)
Rute Costa (PSDB)
Sansão Pereira (Republicanos).

Ausencia

Vereadora Ely Teruel
Não puderam votar- O denunciado Camilo Cristofaro (Avante) e a denunciante Luana Alves (PSOL).

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