Butantan identifica variante recombinante XG em moradora da Penha, SP

XG

Variante XG é a terceira recombinante encontrada em São Paulo nos últimos dois meses

    A Rede de Alerta das Variantes do Butantan registrou uma nova variante recombinante, a XG, foi encontrada em amostras coletadas em uma mulher de 59 anos, moradora do bairro da Penha, Zona Leste de São Paulo.

   De acordo com o Butantan, “ainda não há informações sobre os sintomas, histórico de viagem e esquema vacinal da paciente”.

   A XG é uma recombinante das linhagens BA.1 e BA.2 da cepa ômicron – a mesma combinação da variante XE, mas com mutações diferentes.

  No entanto, os bioinformatas da Rede de Alerta de Variantes do Instituto Butantan, Alex Ranieri e Gabriela Ribeiro, alertam que não há motivos para preocupação com relação à sua disseminação. 

“Todas as variantes recombinantes ainda necessitam de mais atenção nesta questão de disseminação. Há no mundo apenas 205 sequências da XG e isso é pouco em relação à população mundial e ao número de variantes que estão circulando”, explica Gabriela. 

   Ainda de acordo com o Butantan, “as variantes recombinantes estão mais prevalentes em países europeus. A maioria dos casos de infecção pela XG vem da Dinamarca, mas também há registros na Alemanha e no Reino Unido”. 

XG é terceira variante recombinante encontrada em dois meses

A XG é a terceira variante recombinante encontrada em um período de dois meses no Brasil. Em março, a Rede de Alerta das Variantes do Butantan identificou o primeiro caso da variante XE no Brasil em um homem de 39 anos, morador de São Paulo e com esquema vacinal completo. 

Em abril, a rede encontrou a XQ, que surgiu a partir de uma mistura da sublinhagem BA.1.1 e linhagem BA.2 e foi encontrada em amostras de um casal sem esquema vacinal completo, ou seja, que não tinha tomado a terceira dose da vacina, também na cidade de São Paulo. 

Butantan esclarece sobre as recombinantes

Quando uma mistura ou recombinação de material genético de duas ou mais linhagens e sublinhagens ocorre, a cepa resultante é chamada de variante recombinante.
Para que isso aconteça, é necessário que uma pessoa contraia pelo menos duas linhagens ao mesmo tempo e que o evento de recombinação ocorra, algo mais difícil de acontecer, mas que se torna possível diante da alta circulação de variantes da Covid-19.

Por definição, a recombinante também é uma variante, já que a recombinação é um tipo de mutação. Até o momento, múltiplas variantes recombinantes foram detectadas em circulação no mundo, sobretudo na Europa, podendo ser reconhecidas pela letra X em seu nome, como XD, XE e XQ.
As linhagens recombinantes mais recentes vão de XD, mais popularmente conhecida como deltacron, seguindo em ordem alfabética até XW.

By Riselda Morais

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