Avenida Paulista recebe game gigante para alertar sobre bactérias resistentes

Ação educativa que convida a população a derrotar uma das maiores ameaças à saúde global marca a Semana Mundial do Uso Consciente de Antibióticos no Brasil

   Algumas bactérias resistem a quase todos os tipos de antibióticos existentes. Por isso, devido ao reduzido arsenal terapêutico disponível, em muitos casos, a resistência bacteriana representa uma das principais ameaças à saúde global, com impactos sociais, econômicos e ambientais. Mas esses micro-organismos não são invencíveis. Uma ação conjunta, com a colaboração de toda a sociedade, pode fazer a diferença no combate ao problema. Essa é a mensagem da campanha Todo Mundo Contra as Bactérias Resistentes, que convida a população a enfrentar simbolicamente esses inimigos por meio de um game gigante projetado na fachada de um prédio da Avenida Paulista, na altura do número 1.948.

   Com uma parede de 44 metros de altura transformada em tela, o jogo faz parte da iniciativa global Semana Mundial do Uso Consciente de Antibióticos, que será realizada de 18 a 22 de novembro e reunirá ações de conscientização sobre a resistência bacteriana em diferentes países. No Brasil, o projeto uniu a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), o Instituto Latino-americano da Sepse (ILAS) e a Pfizer, com o firme propósito de contribuir com informações relevantes sobre um tema que faz parte do dia a dia das pessoas.

    No Brasil, as discussões em torno da resistência bacteriana se intensificaram desde 2010, quando dezenas de pessoas morreram após surtos da bactéria Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC). Dados recentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apontam que, já em 2015, essa era a bactéria multirresistente mais notificada entre adultos com infecção por corrente sanguínea hospitalizados nas unidades de terapia intensiva (UTIs) do País.

Inimigas
    A KPC é uma das inimigas que a população terá de enfrentar ao participar do game gigante. Versões resistentes das bactérias Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter baumannii e Escherichia coli são as outras personagens do jogo. Todas elas são consideradas prioritárias dentro de um catálogo divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que reúne as famílias de bactérias mais ameaçadoras para a saúde humana.

    Cada jogador será representado por uma gota d’água, que terá de perseguir as bactérias pela tela, em uma estética que remete ao emblemático jogo Pac-man, popular nos anos 1980. Desde então, a resistência bacteriana vem se tornando um problema cada vez mais desafiador. “É necessário um esforço coletivo para alertar quanto a utilização consciente dos antibióticos em todas as esferas: na comunidade médica, na pecuária e na sociedade como um todo”, afirma a diretora médica da Pfizer, Márjori Dulcine.

    Para jogar, basta procurar o ponto de apoio da ação, instalado na altura do número 1.941 da Avenida Paulista, ao lado do Parque Mário Covas. O jogo ficará disponível de 20 a 22 de novembro, das 18h30 às 23h. Todos aqueles que se juntarem à frente de batalha contra as bactérias resistentes poderão projetar o próprio nome na Paulista. Além disso, quem estiver na região será surpreendido por esculturas gigantes das bactérias que aparecem no jogo. Informações educativas sobre o assunto complementam a ação.

Água e sabão
     Ainda que a utilização criteriosa de antibióticos seja fundamental para o combate à resistência bacteriana, outras medidas preventivas se destacam, como a melhoria no diagnóstico microbiológico dos patógenos, o manejo adequado dessas medicações na agropecuária, a prevenção por meio da vacinação e a intensificação de hábitos de higiene primários, como a lavagem adequada das mãos. “Para reforçar esse aspecto, cada participante do jogo é representado por uma gota d’água. E, ao longo da batalha, ele se torna mais forte ao recolher os sabonetes que aparecem pelo caminho”, explica a médica.

    Cerca de 30% das infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) podem ser prevenidas a partir da adoção de medidas básicas. A higienização das mãos com água e sabão ou álcool a 70%, por exemplo, é a prática mais simples, efetiva e de menor custo4. O crescimento da resistência bacteriana preocupa a comunidade médica porque está relacionado a consequências de forte impacto para os sistemas de saúde e a vida dos pacientes e suas famílias, tais como o aumento do tempo de permanência dos pacientes em hospitais, a dificuldade para enfrentar enfermidades para as quais já havia tratamentos estabelecidos e, consequentemente, o crescimento da mortalidade4.

Movimentação digital
    Além das iniciativas de rua, a campanha Todo Mundo Contra as Bactérias Resistentes também conta com ações digitais, que vão movimentar as redes sociais durante toda a Semana Mundial do Uso Consciente de Antibióticos, já a partir do dia 18. Com o movimento #LEVANTAAMAO, a ideia é identificar todos aqueles que estão dispostos a encarar o combate às bactérias resistentes: seja participando do game presencialmente e desafiando outros amigos para a competição ou, ainda, compartilhando informações de qualidade sobre o tema em seus canais.

By Riselda Morais

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