Nas margens do córrego Gamelinha existem muitas árvores frutíferas que alimentam várias espécies de pássaros, entre eles os sabiás
Árvores da Avenida Gamelinha.
Fotos e redação: Riselda Morais
Hoje, 05 de junho é comemorado o Dia do Meio Ambiente. Mas os moradores do entorno do Córrego Gamelinha, sito a Av. Dr. Bernardino Brito Fonseca de Carvalho, entre a Av. Radial Leste a a Av. Itaquera não têm motivos para comemorar.
Nas margens do córrego Gamelinha existem muitas plantas frutíferas, que alimentam várias espécies de pássaros, entre eles os sabiás. Existe também, uma pista de caminhada, onde os moradores dos bairros de Vila Matilde e Vila Guilhermina se exercitam.
Podar as árvores é importante desde que a poda seja bem feita, mas essa está sendo realizada de forma, segundo moradores, completamente errada. Os munícipes que procuraram a redação estão indignados com a forma como as árvores estão sendo tratadas.
A poda é necessária mas precisa preservar e proteger a saúde das árvores
“A poda que está sendo realizada, está destruindo as árvores, como fizeram na praça em frente a minha casa. No lugar do corte que está sendo feito, vira uma ferida, depois vai virar um buraco, ficar oco, a árvore fica doente e acaba morrendo, por que fica oca até embaixo, outras caem durante os temporais porque ficam tortas e sem sustentação”, disse o Sr. Elber Cezar Dutto.
Fui até o local, acompanhada do Sr. Elber, nesta quinta-feira, 04 de junho, havia uma equipe com uniformes da prefeitura e caminhões da empresa Potenza Engenharia, realizando a poda. Não havia Engenheiro Agronomo e nem ambiental acompanhando o serviço. Tentei contato com a responsável pela equipe, mas ela não retornou as ligações.
Um dos funcionários alegou que a poda está sendo realizada com o objetivo de, deixar livre a pista de caminhada, retirar os galhos das árvores que estão sobre o córrego para impedir obstrução, impedir que as pessoas usem drogas ou façam despachos sobre a proteção das árvores. A intenção é ótima, errada está a forma da execução.
“O problema é que a poda que estão fazendo é a mesma coisa de alguém mandar cortar as unhas e cortarem também as mãos e os braços”, desabafou Sr. Elber.
Ás árvores estão sendo cortadas até mesmo nos galhos altos, sem simetria ou escolha, deixando-as tortas, sem o menor cuidado de respeitar sua forma natural.
Eu olhava para a Gamelinha antes da poda e via o corredor verde, agora quando olho vejo o outro lado da avenida ao invés das árvores. Estão acabando com as árvores”, disse a moradora de um prédio na Vila Matilde, próximo da avenida.
O que dizem os órgãos públicos?
Regional Penha (Subprefeitura) informou por telefone, através da assessora de imprensa, dia 05/06 que a poda foi contratada pela Secretaria Municipal das Subprefeituras e que nada podem fazer.
Secretarias:
Em nota, a Secretaria das Subprefeituras informou nesta segunda-feira, 08/06 que: “A Prefeitura de São Paulo, por meio da Subprefeitura Penha, acompanhou os serviços de poda de árvores na região da Avenida Dr. Bernardino Brito Fonseca de Carvalho, no distrito da Vila Matilde” e que o ” local havia recebido diversas solicitações para o serviço de manejo das árvores”.
A Secretaria afirmou ainda “que todas as equipes de poda da Prefeitura de São Paulo são acompanhadas de engenheiro agrônomo e que o subprefeito em exercício na Penha é agrônomo de carreira e que as podas são feitas dentro do padrão”.
“O serviço também contribui para maior visibilidade, segurança e melhoria na iluminação para os moradores, preservando também a integridade das árvores, evitando quedas”, afirmou em nota a Secretaria das Subprefeituras em nome da PMSP e da regional Penha.
A Secretaria do Verde e Meio Ambiente não se manifestou a respeito.
Diante da Nota enviada pela Secretaria das Subprefeituras, vale lembrar que, melhor iluminação pública se faz com a troca de luminárias, troca de lâmpadas convencionais por lâmpadas de LED, que iluminem mais as ruas e avenidas e gastem menos energia, não com o corte de árvores as margens do córrego.
Já a segurança deve ser mantida com mais policiamento na região, mais ronda policial e não com corte de árvores.