Riselda Morais – São Paulo – As tensões comerciais e incertezas econômicas provocadas pelo tarifaço dos Estados Unidos na economia global e nas relações comerciais de longa data entre países, pode fazer a economia global desacelerar e sofrer recessão.
A ONU Comércio e Desenvolvimento, Unctad emitiu alerta que a economia global está sob pressão e pode desacelerar em 2,3% em 2025. “Cenário de baixa previsibilidade e alta incerteza; efeitos como investimentos atrasados e contratações reduzidas já são observados; desaceleração afetará todas as nações, especialmente economias mais vulneráveis, diz o alerta.
Tratando o tarifaço de Trump como unilateralismo, bullying (intimidação econômica), e arma de extrema pressão, a China acusa os Estados Unidos de ““lançar uma sombra sobre os esforços globais pela paz e desenvolvimento”, ao mesmo tempo que convoca 193 Estados-membros das Nações Unidas para uma reunião informal do Conselho de Segurança da ONU na próxima quarta-feira (23).
“Todos os países, particularmente os países em desenvolvimento, são vítimas de unilateralismo e práticas de bullying. Ao usar tarifas como arma de extrema pressão, os EUA violaram gravemente as regras do comércio internacional e provocaram choques e turbulências severos na economia mundial e no sistema de comércio multilateral, lançando uma sombra sobre os esforços globais pela paz e desenvolvimento”, diz a carta de convocação.
O relatório ONU Comércio e Desenvolvimento, Unctad, aponta que “as recentes medidas tarifárias estão interrompendo as cadeias de suprimentos e minando a previsibilidade” e destaca que a desaceleração “afetará especialmente as nações mais vulneráveis, que terão que lidar simultaneamente com piora das condições financeiras externas, dívida insustentável e enfraquecimento do crescimento doméstico”.
Para o Brasil a Unctad prevê um cenário econômico melhor que o mundial, com uma desaceleração de 2,2% em 2025.
O relatório fala sobre a resiliência do país em desenvolvimento e aponta que “na América Latina a maioria dos bancos centrais continuará com a flexibilização monetária, à medida que a inflação tende a cair, com a notável exceção do Brasil, que iniciou um ciclo de maior rigor monetário”.
Para manter o desenvolvimento econômico global a Unctad recomenda “o diálogo e à negociação, sustentados por uma coordenação política regional e global mais fortes, com base nos laços comerciais e econômicos existentes”.