O sonho de Martin Luther King ainda é o sonho de muitas mães e muitos pais no Brasil e no mundo.
O Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro, data que homenageia Zumbi do Palmares (1665 – 1695), líder do Quilombo dos Palmares (imagem reprodução acima), símbolo da resistência e luta contra a escravidão, é também um dia de reflexão sobre como tratar a população negra no Brasil e no mundo. Como destruir o preconceito arraigado na sociedade durante séculos.
No Quilombo, ao lado de Zumbi, lutou Dandara dos Palmares, uma grande guerreira, que atuou na linha de frente contra os soldados coloniais, uma mulher à frente de seu tempo.
A resistência Negra no Brasil conta com a contribuição de outras personalidades como Luiza Mahin, século XIX, uma das organizadoras da Revolta dos Malês, na Bahia em 1835.
Também no século XIX, Maria Felipa de Oliveira, uma marisqueira, nascida em um quilombo em Itaparica, se destacou na guerra da Independência contra as tropas portuguesas.
Algumas décadas depois, em 1881, o líder abolicionista cearense, Francisco José do Nascimento, conhecido por Dragão do Mar se recusou a transportar escravizados nos portos do Ceará, paralisando assim, o comércio de escravos da região e se tornando símbolo da resistência. Em 1884, o Ceará foi o primeiro escravo brasileiro a abolir a escravidão.
Mas entre todas as histórias, destaca-se a resiliência de Luiz Gama (1830 – 1882). Filho de uma escrava africana livre, aos 10 anos, foi vendido pelo próprio pai, um fidalgo branco de origem portuguesa. Fugiu em 1848, tornou-se poeta, jornalista, ativista abolicionista e advogado, usou seus conhecimentos e habilidades para lutar pela liberdade de milhares de escravos.
Muitas mulheres e homens negros se destacam no Brasil, entre eles, Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1839 – 1908) era filho de um português e uma africana, sofreu preconceito por ser mestiço e deixou seu legado artístico apreciado até hoje.
Desde então, temos grandes nomes de destaque, grandes talentos femininos e masculinos, em todas as profissões, reescrevendo a história da população negra brasileira.
Fora do Brasil, não podemos deixar de citar Nelson Mandela, um líder rebelde, depois presidente da África do Sul. Rolihlahla Madiba Mandela (1918 – 2013) foi o principal representante do movimento de luta contra o apartheid. Nelson Mandela chegou a receber o Prêmio Nobel da Paz em 1993.
Em 1963, Martin Luther King (1929 – 1968) falou: “Eu tenho um sonho. O sonho de ver meus filhos julgados pelo caráter, e não pela cor da pele”. As manifestações de Luther King ajudaram a criar a Lei dos Direitos Civis, de 1964, e a Lei dos Direitos de Voto, de 1965.
Fazendo esse registro em novembro de 2024, posso afirmar que, o sonho de Martin Luther King ainda é o sonho de muitas mães e muitos pais no Brasil e no mundo.
É chegado o tempo de reconhecer a contribuição da população negra na construção do Brasil, os desafios enfrentados e as injustiças sofridas por essa população.
É chegado o tempo, embora com séculos de atraso de valorizar a luta e a cultura negra.
É chegado o tempo, de extinguir o preconceito e julgar as pessoas pelo seu caráter, por sua conduta, não pela cor da pele!